Hoje estou inspirado, assim como fique alguns dias atrás, ao colocar os conectores no meu cabo RG 213, adquirido em regime de Consórcio (hi, hi), para implemenar minha estação…

Tudo feito, efetuado os cortes com as medidas específicas, utilizado conectores de boa qualidade… lembrei que não tinha um instrumento que é de essencial necessidade para toda e qualquer estação, por mais simples que possa parecer… Uma Carga-Fantasma !!!

“Puxa, o que eu faço agora?” , ficava de perguntando, enquanto rodava meu shack em círculos, tentando encontrar uma alternativa… “Acho que vou na casa de Fulano, pegar um emprestado…Droga! está chovendo pacas!!”

E nessa dúvida tremenda, me veio uma luz… Não, não era do raio que havia caído minutos antes, em uma torre de transmissão de Telefonia Celular perto de casa, mas de um post que havia visto, há alguns meses atrás…Tratava-se de uma construção “homemade”(ou, um PPP – Projeto do Primo Pobre), de uma Carga-Fantasma, baseada em água e sal, muito usada pelo pelotão de Comunicações, durante a Guerra do Golfo.

 

 

Introdução

Quem não gostaria de construir uma peça extremamente usada em testes de equipamentos de radioamador por um preço extremamente baixo?

Existem vários esquemas em livros, revistas e internet sobre como construir uma carga fantasma com resistores não-indutivos mais algum outro material e até alguns com latas cheias de óleo para que não sobreaqueça ou queime. Onde os radioamadores principiantes encontrarão resistores não-indutivos?

Aqui está uma solução simples – a carga fantasma de água salgada. Além das partes físicas ou partes que provém a resistência, aqui nós usamos água limpa com um pouco de sal adicionado. O sal permite que a água conduza eletricidade e o volume de água no recipiente é o elemento resistivo. Tudo o que precisamos é um recipiente para a água e um conector para receber a RF do rádio plugado nele.

.O tamanho (volume de água) determinará quantos Watts a carga irá dissipar antes da água esquentar demais. Eu descobri da maneira mais difícil que recipientes de vidro estouram quando a água fica *muito* quente e recipientes plásticos ficam moles. Então, tenha isto em mente quando dimensionar seu recipiente para sua versão.

Existem alguns cuidados para se usar uma carga fantasma como esta. Um deles é que ela não é blindada. Para a maioria das práticas, blindagem não é realmente necessária. Muito da RF irá aquecer a água e um mínimo dela irá ser irrradiada. Outro problema é a frequência. Estas cargas parecem resistivas até que você suba a frequência o suficiente para que o comprimento do eletrodo alcance uma porção significante do comprimento de onda e a retância estática se torne significante. Uma carga dimensionada razoávelmente trabalhará até 30MHz. 50MHz será possível de cuidados forem tomados em sua construção.

Construção

Você se divertirá com esta parte. O único requerimento é que o recipiente seja bem vedado e ão seja condutivo. Eu padronizei em garrafas de vidro, mas qualquer coisa que segure a água e um conector SO-239 funcionará. Eu usei dois fios de cobre rígidos e também usei fios de cobre estanhados para os eletrodos. Os fios estanhados parecem ser mais resistentes aos efeitos corrosivos da água salgada, mas os dois funcionam igualmente bem.

Monte um conector SO-239 para painel (ou um conector BNC) na tampa do recipiente. Solde um dos eletrodos ao pino central e o outro pode ser preso em um dos parafusos que prendem o conector á tampa do recipiente. Entorte os eletrodos para que fiquem o mais distantes possível dentro do recipiente e paralelos um com relação ao outro. É uma boa idéia neste ponto, selar a parte de baixo do conector com silicone para evitar curto-circuitos e também que a água salgada o corroa.

Esta é uma idéia geral de como o recipiente finalizado deve ficar

Ajuste

Para “ajustar” a carga você necessitará de um transmissor capaz de geral poucos Watts na máxima frequência que você desejará utilizá-la (por exemplo, 30MHz para uma carga feita para HF), uma ponte SWR e alguns cabos. Se você tiver ou puder emprestar um analizador de antenas como um MFJ-259, tornará esta tarefa mais fácil.

Encha o recipiente com água, coloque a tampa e meça a SWR – ela estará bem alta. Agora, usando uma colher, adicione uma minúscula porção de sal á agua, tampe novamente e meça a SWR – ela estará um pouco mais baixa. Continue adicionando sal até que a SWR esteja 1:1. Você terá que alcançar o ponto de 1:1 sem ultrapassá-lo. Se você ultrapassar este ponto, terá que jogar um pouco de água fora e adicionar mais água limpa. A quantidade ideal de sal que você precisa dependerá em quanto condutiva sua água estará assim que sair da torneira.

Outra forma de se obter a resistencia ideal é com o Multimetro, na escala de Resistencia, em 20K Ohms. Seja preciso na dosagem, e lembre-se de marca-la, para futuras aferições. Caso erre, faça tudo de novo.rs.

É isto! Sua carga fantasma de água salgada está pronta para uso. A menos que a água em seu recipiente escape ou evapore, a resistência da carga não mudará.

 

Ajuste na bancada

 O analizador MFJ-259B após o ajuste

OK, e o que eu faço com isso?

Uma carga fantasma é uma ferramenta indispensável tanto para o novato quanto para o radioamador experiente. Para iniciantes, é uma maneira segura para testar se seu transmissor está trabalhando corretamente, sem distribuir portadoras ou atrapalhar os outros pelas frequências, e você saberá que há um casamento perfeito com o transmissor. Diferente de uma antena, que tem descasamentos e é reativa quando fora de ressonância.

Adicionalmente, é muito boa para testar cabos coaxiais, especialmente se você duvida da integridade da instalação da antena ou derrepente a antena não parece estar trabalhando corretamente e você quer eliminar o cabo como variável.

Instalando a carga como terminador em um cabo coaxial, você pode medir a potência no início e final do cabo para verificar quanta perda você está tendo em seu cabo em determinada frequência. Muitos novos radioamadores montam uma antena e descobrem que suas SWRs é alta não iportando o que eles façam, ou sofrem retorno de RF e não tem certeza de onde ela vem. Colocando uma carga fantasma no final do cabo e verificando as mudanças nos sintomas pode ser um caminho para isolar e resolver estes problemas.

Para os céticos, este é uma plotagem de um analizador de espectro de minha carga num pote de manteiga de amendoim Peter Pan – comprei no Hipermercado Extra…sabor de “quero mais” !!! Agradecimentos ao Amigo Kazuo.

Vejam só o Grafico mostrando o aumento da temperatura com 100W de entrada na carga. Carga com 65ml de líquido.

Porém eu oriento o seguinte: para segurança do usuário, eu recomendo que se façam furos pequenos na tampa do recipiente, a fim de permitir que o vapor saia de dentro do pote… Na boa, se não fizer isso, você pode se ferir com a ressão e possivel explosão do pote…além de  estar construindo uma pequena bomba de radioatividade dentro do seu shack, rsrs.

No caso de dúvidas,clique aqui para acessar o texto na íntegra, do amigo Bone – PP5WX:

73 a todos, bons projetos!