Olá amigos!

O comercio exterior está aí, jorrando para o consumidor final, tudo o que se imagina de avanço tecnológico ao nosso alcance – desde cameras digitais do tamanho de um pote de Drastosa – quem tiver menos de 30 anos, pule o comentário – até comunicadores que cabem na palma da mão…

Se não bastasse, isso afetou também a área de radiocomunicação, com inumeras novidades de encher os olhos dos aficionados (e esvaziar seus bolsos também, rsrs)… Mas, como nem tudo são flores, boa parte dessas novidades são fruto do desejo desenfreado de se obter lucro, com quantidade, porém sem nenhuma qualidade.

E como os chineses estão dominando o pedaço, desde meias-calça a feijão preto (acreditem, até nosso produto já está sendo produzido por lá; não me espantaria em um belo dia comer uma feijoada preparada aos requintes de Miojo), estão produzindo, em escalas homéricas, equipamentos de rádio-comunicação, sem quaisquer rerquiusitos de padrão de qualidade.

Isso não é novidade, pois há muito tempo, os equipamentos de marcas respeitadas são produzidos nos pólos tecnológios da China… o porém, é que agora, eles estão vindo, em sua grande maioria, com defeitos de fabricação rudes, o que denota, que a “porteira” está aberta – corrigindo, escancarada – para a banalização do hobby, enquanto nossos “fornecedores” não se importam no quesito qualidade.

Há algumas semanas, venho acompanhando a queixa de alguns proprietários dessas “maravilhas”, adquiridos a preços um tanto quanto, digamos, semelhantes aos de “marca”; já são quixas comuns, que ao longo dos tempos, acabam virando ‘Cults”, devido as suas corriqueira frequencias: estalos na recepção, recepção baixa, voz afônica, corridas na frequencia ( e viva o Delta!), botões que saem na mão, serigrafia borrada, cheiro de queimado, fumaça azul (é a mais incomum), superaquecimento, audio em SSB que mais aparenta do usuário ter aspirado gás Hélio… Enfim, inúmeras irregularidades que, devido a demanda de procura, acabam apagando do setor de qualidade esses pré-requisitos para saírem da linha de montagem.

Mas tudo tem uma explicação…PREÇO! Ao dar uma de minhas “batidas” na Região da Santa Efigenia, em São Paulo, o que se encontra com mais frewquencia são os chineses nos displays; boa parte deles, adotam nomes de marcas conhecidas em nossa cultura (Cobra, Alan, Voyage – não confundir com Voyager), mas após efetuar uma análise mais contundente, percebe-se que há falta de primazia na confecção.

Botões que não se encaixam, serigrafia com fontes que não condizem com as do original, recursos que não existem nas grandes marcas – em alguns casos, marcas distintas simplesmente “marcam” recursos de outros fabricantes (alguém aqui, em sã consciencia, já viu o recurso DYNAMIKE em um radio que não fosse da Cobra? Pois é, a VOYAGER lançou!), as tampas estão em tons diferentes, com rebarbas, e revestimento que remete aos meus tempos de encapar cadernos com Contact…

É claro que o usuário final, se não se precaver desses engôdos, vai conhecer este ou aquele falastrão enganador… Mas, como disse anteriormente, as vezes uma marca diz tudo…

E é por isso, meu caro leitor, que ficamos em uma balança ideológica, que seria a seguinte:

– Radios chineses custam menos; porém, apresentam defeitos demais;

-Radios antigos são mais resistentes; porém, se apresentar problemas, não teremos peças de reposição.

E no meio desse dilema, estão os fornecedores – seja de equipamentos ou de componentes para reposição – que JURAM, DE PÉS JUNTOS, que seu produto é original – hum, é mesmo? Alguém me explica como um 2SC1969, consegue “abrir” com uma alteração de 3VDC, sendo que ele, em sua origem, suporta 3,5 vezes a mais esse valor?

É fato que algumas soluções foram adotadas para a substituição dos velhos e bons transistores NPN – os MosFets, por exemplo, apresentam bons resultados – mas há aqueles que ainda torcem o nariz, em respeito a todos – porém, faltou mais dedicação no que se diz respeito a filtragem, alinhamento de áudio, modulação, qualidade nos componentes empregados, blindagem, etc. E principalmente, melhor resistencia aos componentes usados (já sinto saudades da Toko…)

Isso explica o fato de que, os preços de um VR-94 – VOYAGER, por amor a Deus – depois eu posto um Blog explicando a diferença entre VOYAGE e VOYAGER – quase são identicos ao de um VR-148 GTL NC, e que um Cobra 148 GTL Malásia, tem mais representabilidade que um 148GTL novo, vindo da China.

Isso em falar que, alguns técnicos reclamam pelo fato dos equipamentos virem com tecnologia SMD… não somente pela miniaturização dos componentes(isso é opinião minha, mas certos equipamentos não estão sujeitos a suportarem o emprego total desse segmento, por vários fatores, depois entro em detalhes, pois o assunto é polêmico), mas também, por não haver esquemas eletricos a disposição…

Porém, modelos com mais “perfumaria”, ainda mantém vivo o emprego de componentes tradicionais, como é o caso de Modelos Exported da Superstar e Galaxy – divisões da Ranger Communications Co.

Então, meu amigo, te deixo uma “batata quente” na mão… e a questão da “sorte grande”, de ser um felizardo em adquirir um equipamento novo, sem defeitos, e um chinês banguela.

73 a todos!