Essa postagem que irei descrever, vai doer em muitos leitores, uma verdadeira privada… Alguns irão se reconhecer, outros irão encontrar semelhanças,serei taxado de hipócrita, canalha, louco, revoltado…. Poderei até ser descredibilizado, mas muitos se sentirão parte disso…
“Comprei um Voyager VR-9000, e o vendedor disse que era homologado – comprei no Mercado Livre – e veio até com um selo de homologação. Ao consultar no site da ANATEL, verifiquei que o número de homologação não pertence a ele – é de um carregador de celular da Nokia. Ao consultar a lista de equipamentos Certificados/Homologados, verifiquei que o rádio não consta na lista. O que faço agora?” – CHORA!!!
“Sim, claro, posso efetuar uma upgrade em seu equipamento, ele irá soltar mais potencia que o especificado, posso alterar a modulação, esticar canais, enfim, tudo o que seu dinheiro possa pagar. E não se preocupe, a fiscalização nem vai se importar” – É O MESMO ARGUMENTO QUE UMA MERETRIZ, COM MAIS DE ANOS DE PROFISSÃO, APRESENTA PARA UM GAROTINHO JUVENIL… “SOU VIRGEM, E ESSE É O MEU PRIMEIRO DIA DE SERVIÇO” ENFIM, LHE PASSA UMA GONORREIA E SOME NO MUNDO!
“Rádio homologado? Pra quê? Uso meu 706 MKIIG em 11 metros, com toda a sua potência, e nunca tive problemas… Esse negócio de rádio homologado não funciona… TODO MUNDO USA, COM VOCÊ NÃO VAI SER DIFERENTE, e NÃO DÁ EM NADA!!!” – ESSA É CLÁSSICA, DIALÉTICA DE QUEM NÃO DÁ A MÍNIMA PRO PRÓXIMO, TIRA SARRO DO SISTEMA, MAS NA PRIMEIRA DIARRÉIA, SOME DO MAPA QUANDO A “BUCHA CAI DO BALÃO”…INCENTIVA PRO ERRADO, E NÃO SE TOCOU QUE ESTÁ ERRADO PELO SIMPLES FATO DE ABRIR A BOCA E DIZER ESSAS PÉROLAS… POR MIM, SE O CORAÇÃO DE UM SUJEITO DESSES PARAR DE BATER, JÁ ME É O SUFICIENTE.
“Consegui minha promoção de ‘crasse’, ‘daquele jeito’… Hoje, sou Classe B graças a um esquema… ‘Pusquê’ eu fiz isso? Ah, num sei nem inscrevê meu nômi, quiçá iscrevê naquele batedô de ‘pi-pi, ‘pi-pi’… Quéru falá nos 40, e impô otoridade pela minha capacidádi… Basta tê dim-dim e contátu…o dinheiro corrômpi” – NESSE CASO, O DESPROVIDO DE GRAÇA NÃO SABE NEM FALAR DIREITO, QUANTO MAIS TER ESTUDADO E TREINADO TELEGRAFIA…E ATÉ QUE ME PROVEM O CONTRÁRIO, NINGUÉM ME TIRA DA CABEÇA QUE HÁ “ESQUEMAS” QUE PROPICIAM ESSA PRÁTICA, NÃO SÓ AQUI EM SÃO PAULO, MAS NO RESTANTE DO BRASIL.
“Medida de cabo?” (essa eu ouvi alguns dias atrás…juro pela minha mãezinha)”Ói, eu coloco os dois conectô, num cabo quauqué, e saio falanu…Depois me explica o que é esse troço de Pile-up, viu? QSL? De PY2… para PU2…” DEIXA QUIETO…DESLIGUEI A ESCUTA.
Isso não são fatos criados de uma mente doentia, ou fantasiosa… É tudo o que se passa, em uma girada de seletor ou em algumas giradas de Dial, em sete dias que passei, apenas escutando as frequências, nas mais variadas bandas. Se existe credibilidade nisso ou não, cabe a qualquer um fazer seu julgamento. Mas que está podre, ah, isso sim está.
Contrário ao que normalmente nos é apresentado, a radiocomunicação possui seu lado obscuro, imoral, indecente, sem escrúpulos, onde cada um assume uma segunda personalidade – ou a até a própria mesmo – onde, se possível, um pisa em cima do outro, esnoba, tenta demonstrar poder sobre o outro, seja proferindo, aos quatro ventos, que possui classe de radioamador acima daquela que você possua (e se for fazer uma investigação minuciosa, irá verificar que tirou por baixo dos panos, apenas precisou mexer os pauzinhos e falar com as pessoas certas), proferindo indiretas e provocações, a fim de desprestigiar o próximo. No íntimo, alguns verdadeiros hipócritas e maus-caráter.
Não posso vir aqui, bancar o “poser” * – , e pregar esses impropérios, se não tenho um “pezinho no chiqueiro”… Claro que passei por essas fases. Fui bagunceiro, arruaceiro, acabei com muita rodada não me utilizando de impropérios, mas tirando do sério o mais pacato dos operadores, ao ponto de chegar ao frenesi de ver ele desligando tudo, sem antes proferir palavrões, que pareciam petúnias a desabrochar de seus lábios…
(*) Poser é um termo pejorativo, usado frequentemente nas subculturas punk, metal, gótico, entre outros, para descrever “uma pessoa que finge ser algo que ela não é”, copiando vestimentas,vocabulário e/ou maneirismos de um grupo ou subcultura, geralmente para conseguir aceitação dentro de um grupo ou por popularidade em meio a vários outros grupos, mas que não compartilha ou não entende os valores ou a filosofia da subcultura.1 Os chamados “posers” costumam passar a (ou fingir) gostar de certos artistas, bandas ou gêneros musicais, no momento em que estes passam a ser popularmente conhecidos e esquecê-los quando estes deixam de se-lo. Enquanto essa inautenticidade percebida é vista como objeto de desprezo e escárnio pelos membros da subcultura, a definição do termo e de a quem ele deve ser aplicado é subjetiva. O termo é mais associado com a subcultura punk dos anos 70 e 80, mas o uso inglês do termo (“poseur”) origina-se no fim do século 19
Não obstante, também fiz de uso de equipamentos não permitidos nas faixas as quais sou registrado – essa prática é muito comum nos dias de hoje, mas chega ao ponto de parecer se tornar normal, sua utilidade… Assim como a situação de uma provável visita da ANATEL à casa do incauto, que por vezes, se faz do subterfúgio de ir na janela, e diz “Só um minuto, estou vestindo as calças!”, ao ter de esconder seu transceptor debaixo da cama, e cobrir seu AL com uma toalha de banho… Nunca passei por esse transtorno, por uma questão simples…CONSCIÊNCIA.
Ela só apareceu mesmo, depois de uma leitura mais aprofundada sobre Radioamadorismo e Faixa do Cidadão. Depois de ter consciência dos princípios e seus respectivos fundamentos, pude perceber o quão foi, e é, essa busca em aperfeiçoamento, em entendimento de fenômenos eletromagnéticos, na difusão da voz, na propagação do sinal… Ou seja, todo aquele que busca esses conceitos, pode não se considerar um Físico – já que o hobby aborda essa ciência – mas um Arauto da Física.
Algum tempo atrás, em uma visita a um Encontro de Radioamadores, Onze metristas, Radio-escutas e congêneres, em São Bernardo do Campo – não defino mais como “feirinha”, pois para ter essa definição, seria sensato que a grande maioria levasse para o evento equipamentos e instrumentos de sua autoria – salvo exceções, como do Sr. Luigi, e suas antenas Monoplex – e alguns poucos representantes de marcas conceituadas de equipamentos, como a Delta, Electril, Rotomatic, dentre outros, que comparecem aleatoriamente.
Pois bem, lá estive e me deparei com um senhor, que observava ao redor os equipamentos, instrumentos, os comentários, conversas e definições, e em alguns momentos, balançava a cabeça em tom de descontentamento… Depois, chegou ao meu conhecimento que se tratava de um professor de Física – não me atentei em indagar seu nome, uma pena – porém, me recordo de uma frase que não me sai da cabeça, até hoje...”Os jovens não se interessam mais por Fisica. Preferem obter as respostas prontas, a se aventurarem em obter o conhecimento, através da experimentação” .
No auge dos meus 35 anos – como se a vida já tivesse me proporcionado muitas experiencias, mais ainda existem muitas por vir – pude perceber o quanto as pessoas pararam no tempo, e se submetem a ter todas as soluções prontas para suas necessidades… Em todos os sentidos, mas na questão do hobby aqui apresentado, a busca por experiências são mais direcionadas a soluções em campos de busca do Google, ou no procedimento de compilação. Se colocar, a grosso modo, o que foi realmente criado, produzido, idealizado e concretizado no meio, as únicas coisas que me vêem à mente são, somente a construção, o projeto, o lançamento e o funcionamento do satélite Dove, pelo PY2BJO, e o projeto Ìcaro… o restante, se limitam a compilações, que alguns calhordas com conhecimento limitado toma o projeto para si, e se auto intitulam “Os Pais da Criança”.
O fato de não se respeitar a Legislação, é devido a falha de caráter e ao modismo designado como “Jeitinho Brasileiro” de ser… Como legítimos primatas antropoides, imitamos o que o outro faz, e gostamos disso. E o que é pior, acabou inserido em nossa cultura, como referência “lá fora”
Talvez o simples fato, de ter conhecimento que esses princípios do radioamadorismo são oriundos daqui, graças aos estudos do padre Roberto Landelll de Moura, não desperta em todos o grande senso de patriotismo, e por conseguinte, não estimulam os demais em fazer uma pequena diferença em melhorar o conceito da radiocomunicação no país, no quesito ética… E como são poucos, aqueles que gostam, e fazem a diferença, quase sempre esbarram em questões de divulgação e investimento.
E aqueles que disponibilizam dessas ferramentas, pouco fazem… Enfim, acabam se resumindo a um monturo de mentes vazias, que se reúnem em encontros dominicais matinais em várias cidades do Brasil a fora, contando piadas sem graça de duplo sentido, se embebedando esperando uma confusão qualquer. E o conhecimento que possuem, (se é que possuem) preferem guardar bem próximo às suas posses e princípios infundados.
Nesse caso, impera o egoísmo – totalmente contrário a proposta do Radioamadorismo.
Outra questão, se refere ao profundo obcecação de que, os equipamentos e conhecimentos que vem de fora, são muito melhores do que os que são – ou eram p produzidos aqui. Sabe por que lá fora, a “coisa dá” certo? por que há união de idéias, e ideais. Aqui, há muito tempo esse principio se perdeu – as pessoas se tornaram muito ligadas ao retorno financeiro rápido, deixaram de ser vanguardistas e criativos no segmento, por não buscarem recursos disponíveis aqui, e adquirirem equipamentos e instrumentos manufaturados de fora. É fato de que a indústria brasileira já não tem a mesma força de antes – é mais fácil exportar a matéria-prima bruta, e receber o manufaturado de péssima qualidade – ou seja, nos tornamos finalmente, consumistas árduos, assim como os Norte-americanos são. Pouquíssimos são aqueles que, diante de conhecimento que trouxeram na bagagem, encontram momentos e oportunidades de divulgação. Quem consegue, no meu ponto de vista, possuem minha admiração.
Empresas como a Delta, Intraco, dentre outras, sucumbiram ao canibalismo de empresas que possuíram tecnologia mais avançada, a custo baixo, e tinham incentivos do Governo de seus países. Aqui, contrario a regra, submeteu-se a um desmantelamento por falta de incentivo a Ciência e Tecnologia – afinal, radioamador não gera renda, só é lembrado em caso de desastre natural, pois estão impregnados nos confins do país, onde para o Estado, não há o mínimo interesse em levar o progresso e o conhecimento… Um povo com conhecimento, é uma ferramenta perigosa – e de investimento ao setor, o que obrigou a muitas empresas, de fecharem suas portas – era impossível competir com o mercado Internacional.
Se juntássemos grandes nomes que ainda vivem, e conciliássemos seus conhecimentos, com o intuito de criarem uma associação no segmento, provavelmente teríamos pequenas empresas com um intuito em comum – o de pelo menos, abastecer o mercado interno. Esse princípio deu certo nos EUA, com a Ameritron por exemplo, e aqui temos alguns, como a Zamin, no Rio Grande do Sul – um dos grandes centros e marcos do Radioamadorismo brasileiro, em conjunto com São Paulo e Pernambuco.
Mas de nada adianta, se não existir um pontapé inicial de alguém, ou de alguns. Infelizmente, por não possuir faculdade para tanto, só me resta apontar as falhas, e mostrar que cada um pode corrigir seu caráter, ou propagar essa questão em comum.
Entretanto, existe um ditado que diz: “Cachorro velho, não aprende truque novo”. E pior que isso, é ver os mais “experientes”, ensinando os novatos de forma errada…acaba se criando um círculo vicioso.
Quando escuto algum neófito na frequência em que me encontro pela primeira vez, a dialética se resume ao seguinte: “Vou comprar um rádio de X Watts, pra usar em frequência Y!!! Pra chegar forte!!!”
“Mas porque tanto, se você consegue o mesmo resultado, com potência e modulação inferiores?”
” É porque Fulano de Tal, que é ‘cartola’, disse que é só assim que você consegue se enturmar com os demais… impor respeito, ser reconhecido e lembrado”
Estou errado nessa informação?
Não é isso que acontece ultimamente?
E o tal Fulano, que é ‘cartola’, já é conhecido no meio… Ele faz, acontece, conta vantagem, é a última bolacha do pacote – ou passa essa impressão, entona palavras galanteadoras, mas espera a primeira oportunidade de passar alguém pra trás – e com certeza, vai ser esse neófito que juntou todo o dinheirinho que tinha, vendeu aquela vaquinha magricela, pra comprar os feijões mágicos que o Fulano lhe ofertou…”Preço de banana, muito bom, tou vendendo com dor no coração, mas é pra você, que tá começando agora”
Você não precisa ser lembrado pelo que diz, mas pelo papel que exerceu na Humanidade, e a contribuição que deu a ela.
Bom, o restante da estória, cada um pode imaginar….iria tomar um tremendo tempo a respeito, serei imparcial, nesse caso.
Em suma, todo mundo aprendendo errado, todo mundo ensinando errado… Por isso, somo considerados pelo resto do mundo, em sua maioria, legítimos baderneiros, propagadores de total imperícia e desordem, no meio.
E assim, mantem-se oculto o lado podre que existe no hobby. E assim, se oculta prefixos tirados por baixo do pano, se enaltecem indivíduos que detêm um pouquinho de conhecimento, mas enganam a si próprios, videos de desempenho de upgrades feitos no escuro, tiradores de sarro e encontros de compadres, apertadores de botão fracassados e pessoas sem conteúdo.
O estudo e a busca pelo conhecimento ainda é tudo… Repetir a tese corrente, sem ter argumento questionativo, com coerência, é prática comum. Ouço isso todos os dias, e vejo que a capacidade de raciocinar está se tornando artigo raro atualmente.
Mas não se desesperem… é só um ciclo. E alguém vai aparecer, puxar a descarga, abaixar a tampa e apagar a luz.
73 a todos. Reflitam.
Roberto
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