Brasil entra na era dos Cubesats, lança seu primeiro Nanossatélite e Radioamadores já recebem os primeiros sinais!!!
O termo nanossatélite ou nanosat é usualmente aplicado para designar um satélite artificial miniaturizado com uma massa menor do que 10 kg. Tal como ocorre com microssatélites, projetos envolvendo este tipo de satélite empregam múltiplos nanossatélites operando juntos ou em formação (algumas vezes o termo “swarm” é utilizado). Alguns projetos requerem um “satélite-mãe” maior para comunicação com os centros de controle no solo ou para lançamento e operações com nanossatélites.
Brasil na era dos cubesats lança seu primeiro nanossatélite
Por Salvador Nogueira 20/06/14
Enquanto os olhos do mundo se voltam para a Copa, de forma discreta, o programa espacial brasileiro acaba de marcar um gol de placa. Foi lançado com sucesso da Rússia o primeiro nanossatélite nacional a chegar ao espaço, com o objetivo de estudar a interação do campo magnético terrestre com a radiação solar.
Levado por um foguete Dnepr russo às 16h11 de ontem, o NanoSatC-Br1 está numa órbita terrestre baixa de cerca de 600 km de altitude numa orientação polar. Múltiplas estações de recepção em terra, no Brasil e no exterior, captaram nas últimas horas os sinais do satélite, que deve em breve iniciar a coleta de dados científicos.
O artefato espacial, desenvolvido em parceria pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), consiste num pequeno cubo com modestos 11 centímetros de aresta.
É uma nova moda em programas espaciais do mundo todo — os chamados cubesats. Esses pequenos satélites têm custo modesto e são ideais para a realização de experimentos simples no espaço. O NanoSatC-Br1 custou cerca de R$ 800 mil, incluído aí o custo do lançamento com os russos.
O Brasil já havia desenvolvido um nanossatélite antes (mas não um cubesat). Contudo, ele jamais chegou a ir ao espaço, tendo sido destruído no acidente com o VLS (Veículo Lançador de Satélites), em Alcântara, em 2003.
O sucesso brasileiro marca não só a entrada do país nesse segmento como a possibilidade de desenvolver uma séries de projetos semelhantes, fazendo evoluir a indústria aeroespacial nacional. Já são previstos outros três lançamentos de nanossatélites brasileiros ainda para este ano.
O baixo custo dos cubesats permite até que tenhamos sonhos maiores. Conversando com Otávio Durão, gerente do projeto na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP), ele me disse que seria possível promover uma missão lunar nesses moldes por cerca de US$ 10 milhões — o mesmo preço que consumiu a primeira viagem tripulada nacional ao espaço, feita por Marcos Pontes em 2006.
Será que finalmente chegou a hora de o Brasil sonhar com um programa efetivo de exploração espacial? O Mensageiro Sideral torce para que sim e parabeniza toda a equipe do NanoSatC-Br1 pelo alvissareiro sucesso!
O Brasil começou a receber sem interferência os sinais do NanosatC-BR1, o primeiro satélite do tipo “cubesat” desenvolvido pelo país e que entrou em órbita nesta quinta-feira (20/06/2014) com auxílio de um foguete lançado da Rússia, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais.
“Após um lançamento bem-sucedido, a estação em terra de Santa Maria (RS) já recebe os dados do NanosatC-BR1”, informou o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), órgão responsável pelo nanosatélite, em comunicado.
Os radioamadores vinculados às instituições que participam do projeto também estão recebendo os sinais deste satélite em formato de cubo, com peso de um quilo, e destinado à pesquisa científica, apontou o Inpe.
O satélite brasileiro foi lançado na quinta-feira a partir da base de Yasny, na Rússia. O foguete russo Dnepr, do qual o satélite foi lançado, também colocou outros 30 artefatos similares de vários países em órbita.
O NanosatC-BR1 foi desenvolvido e fabricado por pesquisadores do Inpe e da Universidade Federal de Santa Maria, sendo que sua carga útil está destinada ao estudo dos distúrbios na magnetosfera, principalmente nas regiões da chamada Anomalia Magnética do Atlântico Sul e do Eletrojato Equatorial Ionosférico.
O aparelho também conta com instrumentos para experimentar, em voo, circuitos integrados resistentes à radiação desenvolvidos no Brasil e que podem ser usados em futuras missões de satélites nacionais.
Além do manômetro e do circuito integrado desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria, o satélite conta com um equipamento informático cujo software, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lhe permite se adaptar para suportar as radiações no espaço.
Este software também será testado para ser utilizado em futuros projetos espaciais brasileiros.
Apesar de ser o primeiro “cubesat” do Inpe, o instituto nacional já desenvolveu vários satélites de maior tamanho, principalmente meteorológicos, e é parceiro de instituições chinesas na fabricação e na operação de vários satélites de vigilância terrestre.
Estes satélites chinês-brasileiros são usados, entre outras coisas, para fiscalizar o desmatamento na Amazônia.
O CubeSat, por sua parte, é um aparato em miniatura de baixo custo projetado principalmente para aplicativos científicos por instituições acadêmicas.
Fonte: Folha de SP
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