Bom, como muitos sabem (radioamadores), a Lua é utilizada em radiocomunicação através da Reflexão Lunar ou E.M.E ( Earth – Moon – Earth ) como é conhecida esta modalidade de transmissão que consiste em usar a Lua como refletor. O sinal sai da Terra, atinge a Lua, e estima-se que 93% do sinal que realmente toca a superfície da Lua é absorvido e que aproximadamente 7% do sinal seja re-irradiado e difundido por todo o espaço. As transmissões são praticadas regularmente entre 50MHz a 10 GHz, com algumas experiências até 47 GHz. Se quer saber mais sobre a Reflexão Lunar, clique aqui.
Já que ela é usada para tal finalidade, nada melhor do que a conhecermos um pouco mais através das mais novas e recentes descobertas da Ciência.
Abraços a todos e boa leitura
Salles
Texto de Salvador Nogueira
Grupos independentes de cientistas encontraram evidências conclusivas de que a Lua nasceu mesmo de uma colisão bombástica ocorrida 4,5 bilhões de anos atrás.
E mais: um novo trabalho revelou porque o lado afastado lunar é tão diferente do lado que está sempre voltado para a Terra.
O mais importante dos trabalhos foi publicado na revista “Science” e vem de um grupo da Universidade Georg August em Göttingen, na Alemanha. A equipe liderada por Daniel Herwartz estudou amostras de meteoritos de origem lunar e de rochas trazidas pelas missões Apollo, que levaram astronautas à Lua entre 1969 e 1972.
O objetivo era fazer análises químicas para verificar a hipótese mais aceita para a formação da Lua, segundo a qual um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra na fase final da formação dos planetas. Esse impacto teria ejetado grande quantidade de matéria para a órbita terrestre, que mais tarde teria coalescido para formar a Lua.
Os cientistas tinham esperança de identificar pedaços da Lua que tivessem originalmente pertencido ao objeto que colidiu com a Terra para formá-la, batizado de Teia (pronuncia-se “téia”).
Imagem de Alex Argozino / Editor de Arte
Sabe-se que cada objeto formado separadamente no Sistema Solar tem sua assinatura química, representada pela proporção entre isótopos –átomos de um mesmo tipo, mas com número diferente de nêutrons no núcleo.
Apesar de simulações sugerirem que mais de 70% da Lua seria composta por material que de início estava em Teia, nenhuma evidência química apreciável havia sido obtida até o momento.
Analisando rochas lunares que não passaram pela queima atmosférica a que são submetidos meteoritos, os cientistas viram uma minúscula diferença nas proporções de oxigênio-17 e 16. Pequena, mas suficiente para distinguir Teia da Terra.
Em paralelo, um grupo da Universidade Harvard liderado por Sujoy Mukhopadhyay, encontrou rochas terrestres que representam a composição original do nosso planeta, antes da colisão com Teia.
No caso em questão, a determinação foi feita pela diferença da composição isotópica do gás nobre xenônio.
MARES LUNARES
Outro mistério que aparentemente foi resolvido é por que a face lunar voltada para a Terra é tão diferente do lado afastado. Quem matou a charada foi a equipe de Jason Wright, da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA). Se o lado voltado para nós tem várias regiões grandes e escuras de basalto conhecida como “mares”, o lado afastado praticamente não tem esse tipo de terreno.
O fenômeno também parece ter conexão com o impacto gigante. Logo depois da formação da Lua, a Terra passou um bom tempo literalmente fervendo, com rocha vaporizada na atmosfera.
Isso criou uma diferença de temperatura na superfície lunar. O lado voltado para a Terra era aquecido pela radiação emanada do nosso planeta. O lado afastado gelou muito mais depressa.
Esse processo fez com que a crosta lunar no lado afastado fosse mais espessa.
Então, quando asteroides posteriormente colidiram com a Lua, as pancadas sobre o lado próximo perfuravam a superfície e permitiam grande vazamento de magma do subsolo vir à superfície, formando os “mares”. O trabalho de Wright foi publicado no periódico “Astrophysical Journal Letters”.
Fonte: Folha de São Paulo
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