O Artigo é antigo, mas muito interessante para quem ainda não conhece o assunto.
Fonte: Radioamadores.net
1- INTRODUÇÃO:
Hoje em dia, a massificação dos computadores, permite que os sinais dos satélites meteorológicos possam ser recebidos individualmente nos nossos QTH’S.
Recorrendo a um dos muitos programas existentes, estes sinais são descodificados com um simples computador adicionado a um interface ou a uma placa de som.
Seguidamente indicamos como poder ver estas imagens.
2- DESCRIÇÃO:
Existem dois tipos de satélites meteorológicos que se podem receber:
1- Polares, que dão a volta à terra a cada 90 minutos.
Os satélites de orbita polar, chamada assim por viajarem do polo norte ao polo sul, são fáceis de receber. Estes circulam a uma altura de uns 700 quilómetros, por isto as suas imagens são de uma extraordinária beleza, em dias claros é possível avistar perfeitamente rios ou cidades. Cada satélite visualiza uma imagem com os seus sensores e enviam-na para a terra na banda de VHF, o que é relativamente fácil de captar. As frequências dos polares estão dentro da banda dos 137 Mhz. As imagens captadas são enviadas a uma velocidade de duas linhas por segundo, o que faz com que leve 9 minutos para ter uma imagem completa. Uma vez recebida, com um programa adequado podemos ampliar com zoom a zona que mais nos interessa, e imprimi-la ou mediante um adaptador conectado ao computador convertê-la em vídeo, gravá-la e visualisá-la na tv. Há que recordar que estes satélites vão de polo a polo, e portanto estão em movimento, temos que saber o horário da passagem do satélite para poder receber no momento preciso. Isto é possível hoje em dia graças aos programas de seguimento de satélites geoestacionários. Existem muitos programas deste tipo porém nem todos são gratuitos.
2 – Geoestacionários situados num ponto fixo do espaço.
O segundo tipo de satélites meteorológicos é o tipo geoestacionário. Estes estão na chamada “Orbita Clarke” a 36.000 quilómetros do equador da terra sendo sincronizados com ela e rodando com esta uma vez cada 24 horas. Transmitem imagens durante todos os dias do ano e quase durante 24 horas. Um destes satélites é o Meteosat que emite na banda de 1,6 Ghz e envia os seus sinais em dois canais diferentes. Para captar as suas emissões temos que ter uma parabólica com pelo menos 1 metro de diâmetro e foco central, um iluminador para a banda de 1,6 Ghz e um caríssimo conversor de sinal para poder captar este no receptor ou um scanner de banda larga. Como esta não é a nossa intenção (gastar um dinheirão) vamos nos concentrar em receber os satélites polares.
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3 – EQUIPAMENTO:
Basicamente vamos necessitar do seguinte: Uma antena, receptor, interface ou placa de som, computador, monitor vga e o respectivo software.
4 – A ANTENA:
É o componente mais visível da nossa instalação. Podemos usar uma omnidirecional para a banda de 2 metros que trabalha bem nesta frequência. Existem outro tipo de antenas como as de dipolo cruzado, inclusive a yagi, das mencionadas a primeira é a mais cómoda de instalar e a mais barata(dependendo da marca, modelo e lugar de compra)
5- CABO DA ANTENA:
Depende da distância a que está o equipamento, se não ultrapassa os 20 metros podemos usar rg/58u, se esta distância for superior é recomendado usar RG213/u pelas possíveis perdas máximas pode-se instalar um pré-amplificador externo com a finalidade de amplificar o sinal antes de chegar ao receptor e teremos que enviar 12 volts ou 24 de alimentação pelo próprio cabo.
6 – FREQUÊNCIAS:
POLARES:
NOAA-12 : 137.500 MhzNOAA-14 : 137.620 MhzNOAA-15 : 137.500 MhzNOAA-16 : 137.620 MhzMETEOR 2/21 : 137.850 MhzMETEOR 3/5 : 137.850 MhzMETEOR 3/6 : 137.300 Mhz
GEOESTACIONÁRIOS:
METEOSAT 6 0º 1691.0 MHZ CH1METEOSAT 6 0º 1694 MHZ CH2
7- O RECEPTOR:
Podemos optar por uma infinidade de modelos que existem no mercado como: Alinco, Azden, Grundig, Sony, Uniden, Yaesu, Yupiteru, etc. A única coisa a ter em conta é que o receptor tenha uma frequência intermédia de uns 30 a 40 kilociclos. Se tiver uma FI estreita as imagens aparecem escuras e desfocadas, em caso de uma FI muito larga as imagens aparecem demasiado claras. O melhor seria ter o esquema do aparelho e adequá-lo a cumprir as especificações requeridas. Existem também receptores fabricados por radioamadores que podem comprar-se por um módico preço, ou pode você mesmo construi-los.
8 – INTERFACE OU PLACA DE SOM:
Existem dois sistemas para introduzir o áudio do receptor no nosso computador e descodificá-lo: mediante um interface conectado à porta série, ou mediante uma simples placa de som Soundblaster. A primeira opção é aquela que até agora se tem vindo a utilizar para receber imagens tanto de satélites polares como do meteosat, consiste num interface que se conecta ao receptor, que por sua vez é conectado à porta série livre do computador. Este interface trabalha com uma programa especifico, no exterior do interface existem controles para ajustar o sinal. O segundo sistema é o mais actual, não necessita de interface, apenas de uma placa de som e por um programa que nos permita receber as imagens directamente do receptor ao computador, o programa chama-se WXSAT e é distribuído gratuitamente.
9 – COMPUTADOR E MONITOR:
Se opta pelo primeiro sistema pode usar um 386sx, placa gráfica vga.
Caso queira usar o segundo e mais actual sistema de recepção os requisitos mínimos são os que se seguem:
486/66 Mhz, placa gráfica VGA ou SVGA, monitor de 14″ e placa de som soundblaster 16 bits.
10 – PROGRAMA :
O programa permite saber em qualquer altura a posição do satélite ou satélites, se estão passando por nós, e mais importante, a previsão dos seguintes passos. Existem vários programas, o Instantrack pode ser adquirido no site da AMSAT, o Logsat (este apenas como shareware, contudo tem praticamente todas as funções disponíveis), o Winorbit e o Wxtrack são dos poucos que podem ser adquiridos gratuitamente. Estes programas podem ser encontrados nesta página. Para o seu correcto funcionamento deve actualizar os keplers do software.
Alguns destes programas estão disponíveis neste site, na rubrica Software – Satélites.
Fonte: Radioamadores.net
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