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Cada um de nós radioamadores, ou ainda operadores da faixa do cidadão, quando decidimos entrar para a classe desse magnífico hobby, não o fazemos por outro motivo que não sejam os quatros ângulos básicos do radioamadorismo:
a) Aprendizado, (Estudo da eletrônica e da radiotécnica)
b) Comunicação, (Prática das diversas modalidades de comunicação)
c) Interação (Capacidade de interagir através do rádio) e
d) Solidariedade. (Desenvolvimento de trabalhos sociais e humanitários)
Sob o ponto de vista geral, a grande maioria dos radioamadores não desenvolvem as quatro atividades integralmente e simultaneamente, dedicando-se a uma ou outra atividade isoladamente, a qual mais lhe apraz.
Com relação ao item “d”: Solidariedade; acredito seja este o vértice principal sobre o qual deveriam estabelecer as metas dos clubes e associações radioamadorísticas, sob pena de transformar o maravilhoso hobby em atividade banal, egoísta e sem nenhum proveito para a sociedade em geral.
Não há novidade alguma em atribuir à “Solidariedade” um dos preceitos básicos do radioamadorismo, principalmente levando-se em consideração de que o radioamador sempre foi utilizado como forma de prestação de serviço durante catástrofes naturais e ou em casos de emergência, porém, atualmente, vemos com freqüência os radioamadores transformados em apenas “senhores parladores”.
Quando cito a “Solidariedade”, não estou argumentando somente em ser solidário em palavras via rádio, mas verdadeiramente solidário em AÇÃO positiva e construtiva para um mundo melhor. De que nos adianta investir milhares de Reais ($) em modernos equipamentos de radiocomunicação, se o egoísmo não nos deixa sair da cadeira de onde falamos? Não é para isto que vivemos, vivemos para servir !!! Já dizia o velho refrão: “quem não vive para servir, não serve para viver”. (Slogan da Labre muito usado nos cartões QSL’s).
Clubes e Associações de radioamadores deveriam preocupar-se em desenvolver alguma atividade relacionada com a promoção social, educacional e assistencial, integrando-se às mais diversas entidades assistenciais existentes no país.
Podemos transformar os inúteis e improdutivos contestes radioamadorísticos em algo útil e prazeroso, como por exemplo, promover ação conjunta em prol dessas entidades beneficentes, caritativas e de assistência social, como as APAE, asilos, creches, institutos de educação especial etc…
Porém antes disso, é importante conscientizar os nossos radioamadores sobre esta faceta do moderno radioamadorismo, o que não nos parece ser difícil, uma vez que o radioamador já possui a semente da solidariedade em seus conceitos primários.
Tome por exemplo uma entidade Beneficente de Assistência Social, que atende centenas ou milhares de crianças portadoras de deficiência, ou aquelas escolas que atendem menores carentes, ou ainda aquelas que abrigam crianças portadoras de câncer, etc., etc. Imagine se cada um das dezenas de concursos radioamadorístico resolvesse por exemplo colocar em uma de suas regras a obrigação do participante doar R$ 10,00 para a instituição X ou Y para com este valor multiplicar seus pontos por 1 ou 2; ao mesmo tempo em que o participante tem o prazer de fazer o contest ainda tem a satisfação de saber que está ajudando aquelas instituições que auxiliam o ser humano.
Outras atividades que poderiam ser desenvolvidas pelas associações e clubes de radioamadores, estariam ligadas à educação, como por exemplo fazer despertar nos jovens o interesse pela radiotécnica, através de visitas às escolas de ensino fundamental, médio e técnico, apresentando pequenas montagens de receptores galenas, regenerativos e quiça superhetorodinos, bem como os transmissores QRP de CW e AM e com isso fazer surgir também o interesse pelo radioamadorismo. Simultaneamente essas atividades DEVEM ser divulgadas na imprensa local, como forma de fazer valorizar a classe radioamadorística, mas que essas atividades sejam contínuas e organizadas em todo o país e não um simples fogacho que logo apaga. Desta forma essas atividades deveriam ser METAS OBRIGATÓRIAS dos clubes e associações radioamadorísticas em todo o país.
Quantos clubes e associações fecham suas portas por falta de atividade útil, pois acabam caindo na rotina da mesmice da inutilidade?.
Os presidentes e diretores dessas entidades ligadas ao radioamadorismo precisam ser elementos aglutinadores de esforços e de pessoas, sejam capazes de motivar aqueles que os cercam, porém antes de tudo devem ser carismáticas, sinceras e capazes. Creio não faltar pessoas com essas características em nosso meio, já que todos são desembaraçados e falantes e são radioamadores.
Autor: Por Paulo Eduardo Castaldi (PY2CWS)
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Nota: Nós, da Propagação Aberta www.propagacaoaberta.com.br concordamos veementemente com o Amigo Paulo Eduardo. Infelizmente, neste ano tivemos o desprazer de conhecer uma “radio clube” (clube de “radioamador”) que infelizmente nada faz e nada quer fazer pelo social ou assistencial, apenas ter uma repetidora e um site bonito para manter encontros regados de muita cerveja entre outras bebidas. Lamentamos pelo fato e pedimos que as pessoas ainda acreditem em entidades de radioamadorismo, pois ainda existem muitas que são sérias ao verdadeiro propósito.
Salles
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