Olá a todos!
Hoje em dia, se vê muitos equipamentos de radiocomunicação a disposição no mercado cheio de recursos inovadores, inúmeros comandos e botões, filtros e mais filtros para melhor desempenho em transmissão e recepção (tive o prazer de conhecer colegas que adquiriram equipamentos desse porte, como por exemplo, o FT-1000MP, que simplesmente “desapareceram” do rádio – segundo relatos, precisaram fazer Bacharel, Pós-Graduação e Mestrado para adquirirem conhecimento profundo em seu funcionamento, com tantos Menus, Sub-Menus e Extra-Menus), enfim, o avanço tecnológico a serviço do usuário final. Entretanto, a qualidade e robustez da geração nova vai muito aquém se comparado a equipamentos de dez, vinte anos atrás.
Hoje em dia, se vê muitos destes equipamentos de tecnologia de ponta, apresentado problemas diversos, e de igual sorte, acumulando em prateleiras de oficinas – ou juntando poeira nas inúmeras estações espalhadas pelo globo – aguardando peças de reposição dos fabricantes (ou alguma sucata irrecuperável, mas que por outro lado, pode possuir algum componente que sirva para consertar outro – a popular “canibalização”), ou ainda pior, aguardando o tão desejado esquema elétrico (quantas vezes você precisou garimpar em lojas especializadas, como a Esquemateca Vitória, em São Paulo, para encontrar um?)
A grande dificuldade no mercado eletrônico de reposição, se explica: muitas vezes, projetos de equipamentos que, até certo modo, são um fracasso de vendas – as vezes, devido ao seu preço exorbitante, ou , por muitas, por problemas crônicos que impeçam um recall mais minucioso o que acarretaria custos e prejuízos – acabam forçando este ou aquele equipamento, de sair do mercado, que por sua vez, faz desaparecer componentes importantes para seu devido reparo – o que força, em muitas oficinas especializadas, como também aquelas “boquetas no fim da rua”, a condenarem inúmeros rádios, dando-lhes um fim cruel.
Atualmente, projetos antigos – com mais de vinte, trinta anos – são redesenhados e adaptados a viver essa realidade atual. Casos como o Cobra 148 GTL, Voyagers, Megastars e Superstars sofreram essa atualização, em alguns casos, com melhores resultados aceitáveis.
Caso que não se resume ao 148 GTL… após sua reestilização, ocorrida em 1994, o radio simplesmente sucumbiu a banalização de componentes. Sua etapa final de RF, composta pelos transistores NPN da Mitsubishi, deu lugar aos parcos 2SC 2078 – o que não é novidade no meio, existiam muitos que já rodavam com esse recurso por aí – e copias suspeitas de 2SC1969, que ao julgar pelo invólucro, parecem oriundas de fabriquetas badaroscas do Camboja.
Fiquei indignado com a explicação que um representante da Cobra Electronics deu, no evento da FENARCOM, em 2012: ” A substituição de layout se deve a atualização dos produtos Cobra, visando o desempenho, a qualidade, sem abrir mão da tradição da Cobra Electronics” É mesmo? Será que ninguém percebeu lá na Cobra que, seus produtos rodam todo o planeta, e nem todos os países são planícies, como nos EUA, e que não se deve abrir mão de desempenho, sem pensar no que isso pode acarretar?
É só tirar por base, nesse primeiro semestre de 2013… quantos equipamentos da Cobra foram vendidos no mundo – a parte do Brasil, que se rendeu ao Hannover BR-9000, por possuir mais recursos que seu concorrente Norte-americano, sem a mínima necessidade de precisar fazer “reconfiguração de função” (termo pomposo pra ‘chucrute’, que inventaram por aí) para acessar o restante das frequencias homologadas por aqui… por uma simples questão de que, seu produto não pode se adaptar as Legislações diversas – com exceção da Europa, a qual fez questão de lançar o 29 LX EU – com direito a FM e range até os 27.9 MHz.
Por isso, o mundo se rende aos produtos vindos do Oriente – mesmo que cheios de rebarbas e muitas vezes, desajustados.
Isso porque eu mencionando até o momento, equipamentos da uso da Faixa do Cidadão… Pois, ao se mencionar a parte dos amigos Radioamadores, a questão é mais desesperadora.
Foge da conta, ouvir relatos de colegas do meio, que se queixam de seus equipamentos High-Tech, que, por algum motivo desconhecido – forças ocultas ladeando seus flancos, ou por puro desinteresse em ler, com mais interesse, o Manual do Usuário – achando que aquele “maldito livrinho” não vai lhe ajudar em nada, pois sua capacidade e conhecimento raso vai mais além de um punhado de palavras inteligíveis (hi, hi)…
Por pura falta de leitura, ouve-se relatos de operadores que simplesmente, por não fazerem ajustes e análises em instrumentos específicos, “torram” seu equipamentos, e não obstante, é muito comum ver rodas de radioamadores contando suas lamúrias… E se tornando reféns da tecnologia avançada, relembrando dos áureos tempos em que, construíam seus transmissores, em um resultado de espantar qualquer “apertador de botões”.
Por conta disso, o que se vê muito em encontro de Radioamadores, Onzemetristas e Apertadores de PTT, é a preocupação em possuir equipamentos robustos, de construção simples e harmoniosa, de fácil assimilação de uso, qualidade inoxidável e, claro, em caso de pane, com possibilidade de manutenção ainda acessível no mercado.
Mas nem toda a norma é regra…a grande possibilidade de tal escolha se tornar frustrante, pode ocorrer ao levar seu equipamento para conserto, e ter um resultado final com êxito. “Existe um prazo de dois anos que o Fabricante deve manter em seu estoque, peças de reposição de seus respectivos produtos. Equipamentos mais antigos, não dispõem dessa peculiaridade”, afirma Celso Trindade, técnico de Telecom da Empresa TST – Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações.
É certo que algumas empresas do ramo, mantêm uma quantidade limitada de estoque de componentes, se precavendo do desabastecimento futuro. A questão é que, no Brasil, são poucos os distribuidores – e não é raro de se ver, em grandes encontros, como os que acontecem em Americana e Indaiatuba, por exemplo, onde é possível encontrar relíquias nos Mercados de Pulgas e Miudezas.
Porém, é nesse mercado de reposição onde aparecem, os famigerados falsificadores ou especuladores, que comercializam a preço de ouro componentes há muito fora de fabricação, ou de aparência e especificações duvidosas.
Então, não estranhem se algum amigo vier acompanhado de um técnico do segmento, a fim de verificar a autenticidade – e o funcionamento – dessas iguarias, em alguma feira de rádio que acontece nos confins do Brasil…
Logo, fica a dica… Caso adquira um equipamento mais “clássico”, certifique-se com seu técnico, a possibilidade de manutenção em caso de pane, a existência de componentes disponíveis, se determinado radio – ou acessório – foi fabricado em uma quantidade limitada (edições limitadas se resumem em três fundamentos racionais: ou foram um fracasso de projeto, ou de vendas ou de aceitação), quanto tempo se manteve fabricado (Dica: se tem menos de cinco anos, fuja para as montanhas… É roubada – a não ser que você seja um colecionados de equipamentos inusitados….Aí é outra questão), os principais problemas que determinada linha de equipamento possa apresentar com frequência .. Não se acanhe – principalmente, em desembolsar $$$ para uma possível revisão – afinal, esse hobby é igual a tantos outros, oneroso (dependendo de suas ambições), e faça muitos contatos. E a dica vale também para os novos!
Agradecimento ao pessoal da TST – Telecom > clique aqui para visitar o site da TST
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