Primeiro, é importante entender o que são tempestades solares. A verdade é que, apesar de serem causadas por erupções fortes na superfície do Sol, o possível efeito delas na Terra não tem nada a ver com o aumento de temperatura.
Quando a energia liberada por essas explosões chega por aqui, ela interage com o campo magnético da Terra, causando uma tempestade eletromagnética. Esse fenômeno, por sua vez, aumenta a corrente de todos os aparelhos que usam circuitos elétricos, podendo, literalmente, fritá-los, já que eles não teriam resistência suficiente para suportar tanta energia.
Tempestades solares acontecem o tempo todo. Mas, durante 2012 e 2013, espera-se que tanto a frequência quanto a intensidade desses acontecimentos aumente a propagação. A explicação é que, a cada 11 anos, aproximadamente, o Sol passa por esse tipo de fase, chamada de “máxima solar”.
No passado, períodos de máxima já causaram alguns blecautes, estouraram transformadores e até queimaram a fiação de uma rede de telégrafos. Isso em épocas nas quais não dependíamos tanto de eletrônicos. Imagine se alguns satélites de comunicação fossem simplesmente destruídos hoje e ficássemos sem internet, telefone, televisão…
E vale lembrar que existe mais um risco na próxima máxima solar: aviões viajando entre a Ásia e a América do Norte hoje percorrem o Pólo Norte, coisa que não acontecia 11 anos atrás. Eles fazem isso para economizar tempo e combustível, mas o problema é que, durante tempestades solares, os pólos da Terra são as áreas que mais recebem energia, e toda essa carga elétrica pode interferir nos sistemas de navegação e de comunicação das aeronaves.
Na semana passada, quando aconteceu a última tempestade solar, as rotas aéreas foram refeitas, desviando do Pólo Norte – mas isso graças a previsões antecipadas, que também podem salvar os satélites de serem destruídos.
E como essas previsões são feitas?
Em 2010, a Nasa lançou o Laboratório de Dinâmica Solar, que envia imagens do Sol para os cientistas em tempo real. Graças ao equipamento, a tempestade solar da semana passada pôde ser prevista com uma margem de erro de apenas 13 minutos.
O problema é que, apesar da estrutura conseguir enviar imagens e revelar o tamanho da tempestade, ela não consegue medir sua intensidade. Então, não sabemos qual será realmente o efeito eletromagnético na Terra até a onda atingir outro equipamento da Nasa, o Explorador Avançado de Composição, que é capaz de fazer essa medição. Neste caso, ele pode “soar os alarmes” de nosso planeta com apenas uma hora de antecedência.
via New Scientist